Junta de Freguesia de Baguim do Monte Junta de Freguesia de Baguim do Monte

Património arquitetónico

No ano de mil e seiscentos e vinte e três, havia somente duas capelas nesta Freguesia, como consta do catálogo dos bispos do Porto. A primeira de Nossa Senhora de Agosto, que não existe. Esteve junto às tullas e se arruinou, tendo ido a imagem para a Igreja onde se venera e tem festa a dezanove de Agosto.

A Capela de São Brás de Baguim do Monte: dela sai o Santíssimo Proviático aos enfermos daquela aldeia por ficar distante da Igreja. Sua festa é a três de Fevereiro, tem orago a que concorrem algumas freguesias vizinhas; e principalmente os moradores de Valongo, por ficar quase ao pé da Serra do mesmo lugar. Porém da parte da Freguesia de Rio Tinto tem mais esta capela São Clemente, São Silvestre, Santa Bárbara, as quais se lhes faz suas festas na Igreja.

Estas três capelas pertencem ao povo morador nesta Freguesia mas há também as que pertencem a particulares e que são estas: Na Quinta do Paço, sita em Baguim do Monte está a capela de Santa Ana que no ano de 1723 foi eregida, por autoridade ordinária do Dr. Gualter Antunes Pereira da Cidade do Porto, sendo Governador do Bispado o Dr. João Guedes Coutinho, que concede a licença ao Venerável Padre Manuel Viegas da Congregação do Oratório para benzer e dizer a primeira missa, com efeito disse, no dia de S. José – 19 de Março de 1732.
Como se mostra na mesma licença está com todo o asseio. De frontaria e pia baptismal em pedra de granito trabalhada, é parcialmente revestida a azulejos românicos. Tem mais a Imagem de S. Gualter, S. Bento, Santa Maria Madalena e Santa Marta. A quinta é antiga, de bom recreio e rendimento.

A Ermida de Santo Ignácio de Layola está no meio da aldeia de Baguim do Monte, sendo seu administrador Inácio da Costa, professor no hábito de cristo, que a mandou fazer como testamenteiro e herdeiro do Padre Pedro da Silva, para nela se dizer a missa dos pegureiros, nos Domingos e Dias Santos, que ele deixou.

Nicolau Nazony, arquitecto do séc. XVIII que se dedicou à arquitectura religiosa e civil, influenciou fortemente a sua época no Porto e arredores, uma vez que foi chamado para o restauro da Sé do Porto e depois por cá ficou. 

 A Capela de Santo Ignácio fundada em 1754, é um dos monumentos que sofre a sua influência. Tem uma fachada ricamente decorada com elementos Nazonianos e características românicas. Na frontaria tem as volutas que formam uma espécie de frontão interrompido por uma concha do tipo barrôco. Janelões do românico com janelas geminadas. O sino, encontrava-se no arco românico que se vê no telhado da Capela.

No interior há o altar em talha com três imagens: a Senhora da Lapa, o Santo Inácio e Santo António, bem como uma pia baptismal resguardada por uma espécie de armário envidraçado, onde desde o ano de 1912 e 1914 se fizeram vários baptizados e casamentos, devido à interdição da Igreja, pelas autoridades eclesiásticas, após a proclamação da República em Portugal (5 de Outubro de 1910), que deu lugar à lei da separação do Estado das Igrejas e criou nas paróquias umas corporações especiais encarregadas do culto, levando, assim os verdadeiros fiéis a cumprirem os seus deveres religiosos em Capelas Públicas 


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